A história de Garopaba é marcada principalmente pela relação entre seus habitantes e a integração com a natureza exuberante ao seu redor. É a história de uma sociedade que se formou entre morros recobertos de Mata Atlântica e cenários paradisíacos com lagoas, dunas e enseadas encravadas nos costões. Tudo começou logo no descobrimento do Brasil, pois já em 1525, o local serviu como abrigo à expedição naval da Cidade de Coruña, na Espanha, que fugia de um temporal.
Os indígenas
Na época, viviam aqui apenas os índios carijós, nossos primeiros habitantes, que deram o nome Ygara-mpaba, “Enseada dos Barcos”, ao porto natural em que hoje se localiza a sede municipal. Ao travarem contato com os primeiros europeus que aportaram, e que com bastante frequência naufragavam por estas terras, a atitude dos nativos foi de cordial hospitalidade, acolhendo os navegadores e suprindo-os com madeira, água fresca e demais frutos da terra. Infelizmente, o caráter pacífico destes primeiros habitantes de Garopaba os tornaram presa fácil para as expedições de bandeirantes paulistas que, em violentas incursões em busca de escravos indígenas, terminaram por despovoar seu litoral.
As primeiras colonizações
Nos século seguinte, mais precisamente entre 1666 e 1692, registra-se a presença de algumas famílias pioneiras, como as de Antônio Afonso, João Félix Antunes e Antônio Bicudo Camacho. Estes homens e mulheres foram verdadeiros desbravadores, cujo modo de vida, em meio à natureza onipresente, não diferia muito da dos indígenas em alguns de seus elementos essenciais: a pesca e a roça de mandioca, a intimidade com os caminhos, o clima e as vozes da natureza. Heranças vitais dos povos originários sem as quais o povoamento português seria impossível de se realizar por aqui.
A imigração açoriana
Mas é com a grande imigração açoriana de 1748 que Garopaba, assim como todo o litoral da região da Ilha de Santa Catarina, ganha seus mais característicos contornos culturais, ainda hoje reconhecíveis na arquitetura, nos hábitos, nas tradições, na língua e no modo de ser de nossa região. Vindas em sucessivas levas entre 1748 e 1756, as famílias de imigrantes dos Açores, gente simples e trabalhadora que abandonou tudo num verdadeiro salto para o desconhecido, fundaram a maior parte das povoações existentes no litoral catarinense, entre as quais Garopaba. A fundação da vila foi seguida pela da Armação de São Joaquim de Garopaba, em 1793. “Armação” é como se chamavam os portos dedicados à pesca de baleias e extração de seu óleo, a principal atividade econômica mantida pelos portugueses no litoral de Santa Catarina durante o período colonial.
Da independência do Brasil até hoje
Após a Independência do Brasil, e ao longo de todo o século XIX, a cidade vive uma existência tranquila e pacífica de povoado à beira-mar e ao pé da serra, sendo contudo, palco de episódios marcantes, como a batalha ocorrida no Morro do Siriú, entre forças republicanas e o governo imperial durante a Revolução Farroupilha, em 1839.
Município desde 1961, Garopaba firma-se desde o final do século XX como destino de uma nova leva de viajantes, agora em busca de suas paisagens exuberantes e de integração com a natureza. Esta terra marcada desde os primórdios pela generosidade e hospitalidade dos índios carijó, pelo espírito aventureiro dos marujos e dos náufragos, e povoada, por fim, pelo trabalho e pela coragem da gente açoriana, agora enfrenta o desafio do crescimento sustentável e da preservação da natureza, sem deixar de promover seu enorme potencial turístico.
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